Quando pensamos em espera ou esperar o que nos vem a cabeça? Qual o sentimento que gera em nós quando nos deparamos com um momento em nossa vida em que precisamos esperar? Estas e outras perguntas são importantes e devem ser refletidas, pois no decorrer da nossa vida temos que esperar, ser esperado e deixar esperar.
Desde sempre precisamos esperar naturalmente nove meses para nascer, às vezes oito, sete e até seis meses, dependendo da situação de quem nos espera, seja muito ou pouco tempo é preciso esperar. E assim vamos esperando no decorrer da nossa vida inteira, sempre esperando sem querer esperar, pois em todos os lugares que normalmente freqüentamos temos que enfrentar filas de espera. É fila para entrar no cinema, para comprar pão, fila para pagar as contas, fila para atendimento médico, e filas, filas, filas e mais filas... esta é a condição do ser humano: esperar.
Isto é algo que irrita e desanima, pois estamos acostumados a resolver tudo e todas as coisas de forma imediatista, como numa mágica, ou então vamos por um caminho de ativismo, querendo fazer e resolver tudo e ao mesmo tempo. O mundo em que vivemos está cada vez mais impaciente, a correria é grande atrás da sobrevivência que nos escraviza e nos deixa doentes. É necessário aprender a esperar, ter paciência, para isso precisamos tomar consciência de alguns critérios primordiais, ou seja, valorizar as coisas simples que de tão simples não conseguimos nem perceber.
A palavra “espera” tem como sinônimo “esperança, confiança”, vamos nos permitir olhar a nossa volta, ver como está nossa vida, nossa família, quais os valores que são vividos dentro da nossa casa, em que ou em quem acreditamos. Será que na correria do dia a dia, conseguimos parar para ver como estão nossos filhos, do que eles precisam ou apenas damos a eles o que nós achamos que eles precisam? O nosso trabalho está gerando frutos que edificam nossa família ou frutos que levam a desunião familiar causando sentimentos de competição, insatisfação e violência.
O mundo não consegue mais esperar nada, e com isso também nós acabamos entrando no mesmo ritmo imposto pelo mundo, e esquecemos o mais importante que há no mundo que somos nós. Sem nós não tem mundo, somos nós que fazemos o mundo de acordo com as nossas crenças e valores. Em que momento da nossa vida, prestamos atenção na chuva que cai, ou no sol que brilha, quando só sabemos é reclamar porque está chovendo e não podemos fazer o que tínhamos planejado, ou o sol que está muito quente fazendo muito calor. Valorizar o preparo de uma refeição, de tomar um banho mais demorado sentido o frescor da água, observar nossos filhos como brincam e até mesmo quando brigam, pois necessitam da nossa atenção. Perceber a pessoa que está ao nosso lado, amar e reconhecer como ela é importante, tudo isso são pequenos gestos que trazem felicidade, despertam em nós a esperança e a confiança de um dia melhor, despertando no nosso coração e no coração da nossa família o amor verdadeiro, o amor de Deus.
Neste tempo faça algo novo em sua vida, deixe de se preocupar com presentes, casa para limpar ou como e de que forma vai ser a festa, preocupe-se somente em louvar e agradecer por tudo o que foi vivido neste ano, seja de bom ou não muito bom, pois tudo pertence a Deus.
A espera gera em nós a paz, o amor, a fidelidade, a salvação em Cristo Jesus. “Bendito seja o Senhor para sempre; cuida de nós o Deus Salvador” (Sl 68;20).
Maria Lúcia Lehm - Psicóloga / Missionária Consagrada Arca da Aliança
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