Em cada coração Deus planta uma vocação, um chamado. Existem muitas possibilidades dentro da Igreja, as novas comunidades, o sacerdócio diocesano, as inúmeras congregações presentes no seio da Igreja e também a vocação à família, a vocação ao matrimônio, que nos permite viver o cristianismo no mundo do trabalho e na sociedade. Para descobrir nossa vocação, é preciso muita reflexão, oração e autoconhecimento.
Particularmente, passei por muitos caminhos no processo de descoberta do meu verdadeiro chamado. Passei pelo Seminário Diocesano, mas percebi que não era essa a vocação que iria me realizar. Deus tinha outros planos. Depois entrei na Comunidade Arca da Aliança, como membro de vida. Na Arca, pensei novamente que o sacerdócio seria uma opção para mim. A liturgia me fascinava, a teologia me encantava, e também, a oportunidade de estudar. Porém não eram esses ainda os planos de Deus. Minhas motivações não eram totalmente sinceras.
Precisei descer ao chão do meu ser, esvaziar-me do status que eu sonhava para mim. Foi assim que decidi, novamente, mudar de rota. Me tornei membro de aliança, ou seja, não moraria mais na Comunidade Arca da Aliança, embora permaneceria sendo um membro da comunidade.
Nesse processo de decisão, percebi que a minha realização estava no matrimônio, na vocação à vida familiar. Eu seria pastor da minha família, um pastor para meus filhos. E é esse caminho que trilho hoje, já na reta final do noivado, rumo ao altar, para diante de Deus assumir minha noiva, como esposa, para amá-la, como Cristo amou a Igreja.
Não me arrependo do que fiz, não me arrependo das decisões que tomei, nem dos caminhos que trilhei. Uma vez um diretor espiritual me disse que o caminho de algumas pessoas é uma reta, elas entram em algo, tomam uma decisão, e vão até o fim, sem pestanejar, sem titubear. Entretanto, outras pessoas, possuem caminhos mais sinuosos, cheios de curvas, retornos, paradas. Tais pessoas param, refletem, voltam, começam de novo, e às vezes de novo e de novo. E não há nada de errado nisso. Não há o certo ou o errado no processo do autoconhecimento. Existem as tentativas, as experiências. E são elas que nos ajudam em nossas decisões.
Rogério Krüger Junior – Missionário Consagrado Arca da Aliança
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