Faz pouco tempo que o calendário nos apresentou o Dia Internacional da Mulher. Confesso que fico um pouco incomodada em dar parabéns às mulheres neste dia, já que foi a partir dele que muito, ou melhor dizendo, grande parte da beleza da essência da mulher foi deturpada por um pensamento feminista, atualmente, espalhado em toda a sociedade.
Você sabe de onde surgiu esta comemoração? Foi no final do século XIX, quando as mulheres que trabalhavam em indústrias reivindicaram melhores condições de trabalho e melhor salário. Este seria, talvez, um movimento justo, mas não ficou só nisso, as reivindicações foram sendo permeadas por ideologias feministas que hoje, são refletidas desde as discussões sobre o aborto, a sexualidade sem compromisso, também e principalmente desfigurando o papel da mulher na família e na sociedade.
Não vou me ater em explicar todo esse movimento, mas quero aqui ressaltar e levar você a refletir sobre tamanha graça que nós, mulheres, temos com a missão própria, missão nobre que nos foi dada por Deus desde a nossa origem: “O Senhor Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só, vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada’” (Gn 2,18).
O relato da criação destaca que ao criar a mulher, Deus imprimiu nela uma identidade única, deu-lhe uma missão única e assim a deu um lugar único também no trabalho de redenção. Assim como o homem também tem o seu papel que é único, nós temos o nosso. E digo ainda mais, como uma vez li no livro de Alice Von Hildebrand, nós temos um privilégio: Deus nos deu o dom maravilhoso de gerar vidas. É próprio da essência feminina a acolhida, a sensibilidade, a ternura, a vida, o nosso corpo traduz isso, é um receptáculo para acolher, gerar e cuidar. E isso vai muito além do campo biológico, mas atinge as esferas espiritual, humana e psíquica, enfim, todo o ser.
É na vida cotidiana que expressamos, com a nossa entrega total, todo o potencial do amor e da vida que trazemos, como no nosso jeito de vestir e se portar, na escuta, num trabalho executado com zelo, no cuidado com a casa, numa comida feita com amor, nas noites em claro cuidando de um filho ou de um familiar doente, se preparando para o seu esposo, rezando e ensinando a rezar, etc.
Temos em nossas mãos a missão de, onde estivermos, gerar a harmonia, somos a ajuda adequada não só ao homem, mas à toda criação. Mulheres, não deixemos que essa mentalidade feminista e contrária a vida tire de nós a beleza de nossa essência. Deus pode realizar maravilhas através da vida de uma mulher. E enquanto estivermos buscando aquilo
que não é próprio nosso, estaremos muito longe de ser aquela para qual fomos destinadas e muito menos seremos realizadas como desejaríamos.
Renata Alves Cardoso Padilha – Missionária Consagrada da Comunidade Arca da Aliança.
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