“Tomou uma cesta de junco untou-a de betume e piche, colocou dentro o menino e depô-lo a beira do rio, no meio dos caniços” (Êxodo 2,3)
Para quem não conhece a história, assim inicia a trajetória de Moisés. Sua mãe, diante das ordens do faraó, que condenava à morte todo recém nascido do sexo masculino, filho de hebreus, decide depositá-lo a beira do rio Nilo, em meio aos caniços. Que loucura, ao invés de escondê-lo ela o deixa a mercê da própria sorte, expondo-o à beira de um rio.
Indo um pouco além, o que a levaria a acreditar que seu filho seria salvo? Ou quanta inocência? Na beira de um rio? Logo os egípcios o encontrariam e o matariam. Acaso sabia ela antecipadamente dos planos de Deus para com a criança? E você o que faria?
Sabemos que a criança logo foi encontrada pela filha do faraó, e o mais incrível, foi “devolvida” à mãe, que a amamentou até o seu crescimento (cf êxodo 2, 5-10). Nesta passagem bíblica podemos sentir de perto a ação e o poder da misericórdia divina, numa atitude de fé e confiança em Deus por parte dessa mulher.
Trazendo para o nosso dia-a-dia, quantas vezes nos aprisionamos diante das situações embaraçosas de nossas vidas e não abrimos mão para que a graça aconteça, ficamos em cima, insistimos em lançar sementes sobre pedras. Mas o Senhor nos convida a irmos além de nossas fraquezas, a confiarmos, a entregarmos tudo o que temos a Ele, sem medo de nos decepcionarmos com o resultado final.
Devemos ter essa coragem, essa força, essa confiança em Deus e em seus desígnios. Colocar em suas mãos as nossas cestas, os nossos tesouros. Gostamos muito de enfeitar, dizer palavras bonitas, gastar o nosso português, mas quando chega a hora em que somos chamados a confiar n’Ele, nos abatemos, nos desesperamos, dizemos não. Então nos fechamos à graça e nos agarramos aos nossos limites, aos nossos apegos e murmúrios. Com isso deixamos de crescer.
Deus é muito cuidadoso para com os seus, principalmente, para aqueles que d’Ele são íntimos. E para ser íntimo de Deus é preciso confiar em Sua misericórdia, no Seu amor, como aquela mulher que confiou à Deus o destino de seu filho. E que destino! Moisés foi criado recebendo do bom e do melhor, com certeza bem mais do que sua mãe poderia oferecer. E, para fechar com chave de ouro, foi através de Moisés que Deus libertou o povo de Israel da escravidão e da opressão egípcia.
Deus é bondoso e compassivo e sabe como agradar os filhos Seus, cabe a nós estarmos abertos ao que Ele nos pede em cada tempo.
Peçamos a Deus a graça do discernimento e abertura de coração necessária, para que possamos fazer a Sua vontade em nossas vidas.
Bruno Donato Ferreira Neto – Missionário Consagrado Arca da Aliança
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