Essa pessoa da qual estou cuidando foi alguém que um dia esteve tão ativo como eu estou agora. Foi o pai a dirigir e a trabalhar; a mãe a cuidar da casa e dos filhos; alguém a fazer compras e a cuidar de suas senhas; foi ao médico e ao banco sozinho; passeou e viajava com independência e que seguia para a igreja com liberdade; mas também é meu filho; meu doente que por profissão devo acolher.
Hoje eles precisam de muitos apoios ou até de uma assistência completa para continuar a viver. São dependentes do meu coração altruísta.
O meu tempo não é mais meu e preciso dividí-lo com ele(a). Vou cuidando bem mais além do banho, da alimentação, da casa, da doença. Vou cuidar das amarguras da sua vida.
Cuidar, sendo mais que um ato é uma atitude de ocupação, de preocupação, responsabilização, de envolvimento afetivo com o outro. Cuidar é a chave decifradora da essência humana. Lembra-te que se não fostes cuidado não terias chegado à idade que chegou.
Qualquer um de nós pode ser um bom cuidador, mas a mulher pela dimensão afetiva e maternal é a que mais cuida. Mas seja eu quem for, posso e preciso cuidar de um modo verdadeiro, libertador, estimulante. Se preciso for superaremos até um provável passado de amarguras.
Talvez você seja aquele escolhido para aproximar-se e resgatar essa pessoa e essa família e cuidar das feridas do corpo, da alma e do espírito. Para isso precisamos nos aprimorar e aprender para trazer tempos melhores.
Quando aquele que cuida compreende o mundo do outro, ele vivencia uma verdadeira união com o próximo.
Preparemo-nos para nosso próximo encontro de Cuidadores.
Dr. Reginaldo Cardoso - Geriatra
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