GRIFE E GAFE - Formação - Comunidade Católica Arca da Aliança
 
 
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13.Nov - GRIFE E GAFE
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GRIFE E GAFE


Embora as palavras “grife” e “gafe” soem parecidas, todos sabemos que são coisas bem distintas. “Grife” quer dizer elegância, moda, elite; “gafe” é ato de alguém bem pouco elegante. Hoje, sendo Natal, sendo a noite na qual as realidades mais sublimes e mais humildes se uniram em Cristo, vou contar-lhes uma história de Natal que conseguiu juntar a grife à gafe.


Era uma vez, há mais ou menos vinte e cinco anos, na cidade de Boston, um jovem casal que convidou um seminarista para jantar e celebrar o Natal do Senhor, um pouco antes do dia da solenidade. Todos os três viviam com entusiasmo quase infantil o Natal católico, porque nenhum deles o tinha conhecido quando cronologicamente infante. Dos três, os dois homens – o seminarista e o marido – eram judeus recém convertidos e a esposa era protestante que também tinha abraçado a fé católica.


Assim era um dos primeiros Natais de todos os três e, se me lembro bem, o casal tinha convidado por acréscimo mais um casal de convertidos para participar deste jantar natalino. Pois bem, cinco novos católicos natalizando. Isto quer dizer que eles celebrando, não somente o nascimento do Menino Deus, mas igualmente o seu próprio nascimento na fé no Menino Deus.


Depois do jantar veio o momento tão ansiosamente esperado: a troca de presentes. O casal de anfitriões estava um pouco melhor de vida. Seminaristas não andam com a carteira recheada... Mas cada um dos cinco tinha dedicado muito tempo e energia em busca do presente perfeito para os outros. Dá pra entender? Estavam tentando colocar anos e anos de celebração de Natal não vividas -  todos os Natais de seu tempo de criança – naquela simples reunião de amigos.


Parece que havia música tocando, cantos natalinos ou música de intrumentos de sopro, trombeta, tuba do renascimento italiano, porque os cinco eram bem cultos: uma teóloga, um cientista, um formado em letras, dois bibliotecários. De fato, não poderia ter sido tocado um tipo de música mais bem escolhido do que a do renascimento. A dona da casa pensou em tudo, até em coordenar a música ambiental com os presentes a ser por ela oferecidos.


O seminarista, muito ligado em presentes, desejoso em receber presentes, queria receber e abrir o seu primeiro, mas a dona da casa fez pé firme e disse que, ao contrário, ele teria que esperar até o fim. O seu presente ia ser La pièce de resistance. Isso mesmo! Estes cinco gostavam de salpicar sua conversa com expressões francesas. Um após o outro abriram os presentes e o clima naquela casa ia tornando-se cada vez mais caloroso, delicado e alegre. Cada um apreciava a delicadeza e o empenho dos outros na escolha do presente adequado. E. sem dúvida, cada presente era perfeito.


Chegou finalmente o momento do seminarista desembrulhar o seu presente, dado pelo casal. Já estava desatando as fitas quando a esposa o fez parar. “Lembre-se João” (esse era o seu nome), “a gente foi à Itália este ano (Itália era grife) e lá em Florença (mais grife ainda), numa pequena loja na Ponte Vecchia (grifíssima!) a gente encontrou o que estamos lhe dando agora e quando vimos, soubemos na hora que ‘este é o presente certo para o João na nossa festa de Natal’. Só queremos que sinta tanto prazer em recebê-lo quanto nós temos em dá-lo.”


Foi então, com mãos quase trêmulas, que João voltou à agradável tarefa de desatar as fitas. Quando terminou e o papel de presente estava debaixo da mesa, avistou um objeto de beleza indiscutível: uma caixa de couro florentino, trabalhado por um artesão com a destreza acumulada por séculos, de couro marrom, com leves toques de carmesim, ouro e verde. Tão bela era a caixa que todo mundo sentia vontade de bater palmas e não houve ninguém que não fizesse um gesto de aprovação ou não respirasse mais fundo. E foi quando, a esta altura, que João pronunciou palavras que jamais serão esquecidas, palavras que entraram nos anais da amizade daqueles cinco, palavras repetidas a outros amigos e familiares de 1975 e ainda até hoje: “ Olha, nem sei como agradecer. Se a caixa é tão esplêndida, imagine o presente que está dentro!” E começou a abrir a caixa.


Este foi o momento preciso em que a grife e a gafe se casaram. Porque a caixa belíssima de couro era o presente. Dentro, não havia nada. Tudo tinha sido dado e ... não reconhecido, como se o couro fosse papelão. Todos tentaram sorrir polidamente; pararam e, finalmente, morreram de rir. E este milagre do riso tão estrondoso, tão cheio de diversos sentimentos, finalmente cessou, se é que cessou. Grife e gafe.


Dom Bernardo Bonowitz, OCSO – Superior do Mosteiro Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente, Paraná


 



Fonte: Texto extraído do livro: “Senhor, Abri os meus lábios”

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