Lançar nosso olhar para Maria
Maio será um mês bem fecundo: mês de Maria, mês das mães, e do Espírito Santo, pois também celebraremos Pentecostes. E sendo um mês fecundo, é claro que dele colheremos muitos frutos. Maria é a Mãe das mães. A mulher que pelo seu sim, trouxe a Vida por excelência. Vida que abraça toda a humanidade, cada um de nós. No ventre de Maria realizou-se o que se realiza na mesa da Eucaristia: o Espírito Santo, força do alto, a envolve com sua sombra. E pela força desse mesmo Espírito nos dá Jesus.
No ventre e no coração de Maria o Espírito Santo fecundou a salvação. Ali o Pai sacramentou uma aliança definitiva. Toda a história da salvação se concentrou neste fragmento tão feminino, tão materno, entranhado de amor. Amor que gera vida, amor de mãe, amor que nos sustenta no colo de Deus.
Em Maria as mulheres podem se reencontrar nas diversas fases de suas vidas: como jovens, como mães, e mulheres maduras. Ela é a jovem noiva de José. É a jovem mulher que cheia de coragem dá o seu sim aos planos de Deus. É a mulher que corre ao encontro de sua prima Isabel para servir. Não pára em si mesma. É a mãe que gera, dá à luz, cuida, educa seu filho Jesus, o acompanha até o fim em sua via crucis, permanece de pé diante da Cruz e toma-o morto nos seus braços. É a mulher que persevera na oração, que aguarda e espera vigilante o Espírito Santo.
Vale a pena, mais do que nunca, lançar nosso olhar para Maria, que soube viver com inteireza sua fé, integrando sua espiritualidade no trabalho da casa, no amor a José e na educação e cuidado do menino Jesus, sendo ativa na contemplação e contemplativa na ação. Ninguém pode negar que uma pessoa que durante a vida lava os pratos, varre a casa, troca a fralda do filho milhares de vezes não amadureça! Aquele que se enrijece torna-se incapacitado para as bodas, para o amor. A vida é uma transformação constante. A mulher que cria filhos e fica junto ao fogão cozinhando sabe o que quer dizer transformação. Ela mesma está sempre disposta a se transformar.
Maria não é de jeito algum a mulher adaptada e boazinha, mas ela declara que Deus, pela força do seu Espírito, joga as normas deste mundo no lixo. “Dispersou os orgulhosos... precipitou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes...” Quando nos deixamos conduzir pelo amor, como muitas mães, podemos também agir como Maria: colocarmo-nos a caminho do outro (Lc 1,39-56). Atitude de quem se lança, de quem se arrisca no amor impelido pelo Espírito Santo.
Teóloga Larissa Fernandes Menegatti
Missionária Consagrada Arca da Aliança
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