“Não existe medo pequeno”, disse a terapeuta, e é verdade, o medo é algo que, para quem sente, sempre é grande. É algo inexplicável e que tira a nossa razão, por exemplo, a barata, sabemos que ela nem sequer morde, mas só de imaginá-la, enquanto lê, muitas pessoas já sentem arrepios. Os medos podem até nos paralisar, podem nos impedir de viver, podem nos prender, nos sufocar.
Mas o que fazer para vencer o medo?
Eu, por muito tempo achei que devia sufoca-lo, não pensar nele, enterrá-lo dentro de mim. Mas cada vez que eu pensava que não devia pensar nele, eu acabava pensando. Percebi então que não é este o caminho. “Você deve dar nome aos seus medos”, disse a terapeuta, e foi isso que eu decidi fazer. Dar nome, ou seja, identificar quais são os meus medos. Toda vez que eu falo deles, eles perdem força, principalmente quando falo em voz alta. De preferência com alguém de confiança.
É uma experiência por vezes dolorida, mas libertadora. Pois quando expressamos algo, quando nos ouvimos falando sobre certas coisas, percebemos o quão insignificantes, o quão pequenas certas coisas são. Não podemos deixar que situações, pessoas, sentimentos, tomem espaços que não lhes cabem.
Os medos existem, são reais, porém não podem ser maiores do que nós, não podem nos impedir de andar. Fale sobre eles, ou, se não puder falar escreva, mas expresse, tire de você. Se ele ficar dentro de nós, poderá causar estragos não apenas mentais e espirituais, mas também físicos. Meus medos as vezes se tornam comida, aquela escapada noturna para matar mais a ansiedade do que a fome, às vezes, e muitas vezes se tornam feridas, coceiras, dores.
Liberte-se! É fácil? Não! É simples? Menos ainda! Eu também ainda estou aprendendo. Mas, é impossível? Não! Graças a Deus não!
Rogério Krüger Junior – Missionário Consagrado Arca da Aliança
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