A vida espiritual é vida no Espírito. É o aprendizado do Amor em meio às resistências do espírito do mundo e do amor-próprio.
Nesse aprendizado temos um guia seguro, a Palavra de Deus, sobretudo o Evangelho do Verbo Encarnado. Em seu filho bem-amado Deus nos diz toda a sua ternura e a resposta, “o retorno do amor” que ele espera de nós.
Os santos e as santas nos são dados pela Igreja como encarnações dessa mensagem eterna. Por sua vida, cada qual exprime de sua maneira uma faceta do Evangelho e nos torna a Palavra mais próxima, mais realizável... mesmo se seu heroísmo nos causa medo!
No século XVII uma visitandina viveu intensamente esse Amor de Deus; foi confidente e mensageira “deste Coração que tanto amou os homens e deles só recebeu ingratidões”. Entregou-se por inteiro, numa resposta radical ao apelo divino.
Santa Margarida Maria não escreveu um tratado sobre a vida espiritual. Porém, por meio do relato de sua vida, de suas cartas, de seus retiros, de seus avisos às noviças, descobre-se um coração apaixonado por seu Senhor, ardente de Caridade, perfeitamente submisso e entregue à Providência.
Mais de três séculos nos separa dela. É preciso superar a dificuldade de uma linguagem que evoluiu; relativizar alguns gestos que, comuns naquela época, podem hoje ser mal compreendidos.
Se consentimos nesse esforço, torna-se possível descobrir uma alma maravilhosa, um “coração” que loucamente amou Jesus e nos arrasta a nos tornar “discípulos bem-amados” desse Coração que permanece para nós “fonte de vida e santidade”.
Sublime em suas exigências, Margarida Maria foi sempre prática em seus conselhos, firme em seu discernimento. Eis aqui, garimpadas ao acaso, algumas de suas palavras:
“É preciso deixar tudo para tudo encontrar no Sagrado Coração.”
“É preciso amá-lo, servi-lo e deixá-lo agir.”
“É preciso dar-lhe a glória de tudo, sem nada atribuir à criatura.”
“Não se deve discutir com a graça.”
“Nunca se pode ser enganado, obedecendo.”
“É preciso sempre considerar Deus nos acontecimentos, não as criaturas.”
“Agir e sofrer humildemente, calar-se, só pensar em usar bem o momento presente.”
“Não se distrair em refletir sobre suas faltas: isto só serve para contentar o amor-próprio e levar ao desânimo.”
“O inimigo não conseguirá nos prejudicar, a não ser que nos preocupemos em ouvi-lo e em refletir sobre nossas penas.”
“Consideremos a Deus e não a nós mesmos. Quanto mais nos afastarmos de nós mesmos, mais nos aproximaremos de Deus.”
“Façamos nossa morada neste Coração adorável; deixemos aí nossos pequenos aborrecimentos e amarguras, tudo aí será pacificado.”
“A alegria é a verdadeira característica do Espírito de Deus, que deseja que o sirvamos na paz e no contentamento.”
Extraído do Livro: NA ESCOLA DO CORAÇÃO DE JESUS com Margarida Maria – Pe. Gérard Dufour
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