Eu ainda olho para ela e contemplo. Vejo as fotos e ainda sinto meu corpo vibrando pela força de mais um parto.
Não tem como negar: renasci mais uma vez. A espera, a intensidade das contratações as dores, marcam uma passagem profunda no coração da mulher e abrem um novo espaço no seio da família.
A "boa hora", eu esperava por ela, e por horas desconfiava que ela chegasse de forma natural, mas ela veio, e quando foi "a hora" não teve como negar.
A cada contração trazia intenções em meu coração, apertava a mão do meu esposo e em silêncio unidos, mais uma vez, tivemos a oportunidade de ver a força do amor, de selar mais uma marca profunda em nossa história.
Por vezes seu olhar me alcançava, pois sentia minha dor, mas também sabia dos desejos do meu coração, e firme permaneceu em cada momento. Tenho comigo a convicção de que a mulher por mais que sinta e viva tudo em seu corpo, ela não ganha um filho sozinha, é mais leve quando isso pode ser dividido.
Parir, a dor do parto: ressignifica a alma, transpassa e dilata o coração, abre espaço para o novo, faz passagem, trás irmãos, gera nova esperança, é visceral e sublime.
Passado trinta dias eu ainda medito, rezo e agradeço com a vida, pois sem dúvida ela é mistério e presente de Deus.
Priscila Schofer Duarte – Missionária Consagrada da Comunidade Católica Arca da Aliança
Fonte: madrecitasconsultoria
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