Confesso que essa pergunta, sempre criava questionamentos dentro de mim assim que tive meu primogênito. Afinal o que é ser bonzinho?
Quando começamos a receber visitas, após a chegada da maternidade ou as primeiras aparições com o bebê é a pergunta que surge. Ser bom, para nós, muitas vezes significa não chorar, dormir bem, mamar bem.
Muitas vezes respondemos no impulso "ele chora muito, estamos tendo muita dificuldade", ou vamos absolutivando tudo "ele é muito bonzinho, não gera trabalho, não incomoda".
Nosso cuidado surge dos rótulos que vamos dando, ou criamos crianças que parecem que nasceram "dando trabalho", ou criamos crianças que crescem ouvindo tanto que "não dão trabalho" que aprendem à nunca demonstrar suas frustrações, desejos e angústias.
Os bebês, as crianças, são como nós, dias bons, dias com mais dificuldade. Ainda mais em uma fase da vida que se passa por transição o tempo inteiro (aprender a mamar, dormir, andar, falar...).
Os sentimentos de alegria, tristeza, desconforto, medo, tranquilidade são da natureza do ser humano e é isso que nos diferencia como pessoa. Corremos o risco de já na tenra idade classificar crianças entre boas e ruins, conceitos que podemos carregar por toda uma vida.
Acredito que o caminho está em acolher, entender o que se passa, e deixar que naturalmente cada um mostre sua mais nobre essência. Para que nossas próximas gerações venham ainda mais cercadas de sentimentos e amor.
Afinal, seu filho é "bonzinho"?
Priscila Schofer Duarte - Missionária Consagrada da Comunidade Católica Arca da Aliança
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