Eu sempre quis tocar gaita de boca. Acho um instrumento muito interessante. Decidi então aprender sozinho mesmo. Isso foi a uns anos atrás.. Comecei a pesquisar na internet, artigos, aulas, vídeos, cifras. No início até estava animado, até aparecer o “bend”, uma técnica muito importante para quem quer realmente se tornar bom um gaitista, porém um pouco difícil para os iniciantes. Na primeira ou segunda tentativa, percebi que não conseguia. Nessa hora eu desanimei e deixei minha gaitinha guardada.
Entretanto, um bom tempo depois, resolvi retomar meu pequeno instrumento, e ele me ensinou uma grande lição.
Percebi que existem pessoas que sempre precisam de um empurrãozinho para tudo, sempre precisam de incentivo para conseguir realizar, desde as mais simples das atividades, até os trabalhos mais complexos. Muitas dessas pessoas são movidas a cobranças, e sempre estão com o prazo apertado, ou até atrasadas. Por outro lado, existem pessoas que são auto estimuladas, não necessitam que outras pessoas a impulsionem a todo o momento, conseguem realizar suas tarefas natural e tranquilamente.
Eu faço parte do primeiro grupo e por muito tempo deixei que isso determinasse quem eu era. Assumi esse comportamento, acreditando que nunca seria capaz de mudar.
A verdade é que a tendência “deixar para a última hora”, permanecerá sempre em mim, porém eu posso decidir se quero continuar carregando tal jugo. Obviamente que, a decisão de ser diferente requer um esforço muito grande, diferente de alguém que já possui a inclinação natural a concluir suas atividades.
No meu caso, foi depois de muito tempo e muitas reclamações dos professores na faculdade, sobre os trabalhos em cima da hora que eu aprendi a lição da gaita. Como eu já havia terminado meus estudos, e estava desempregado, decidi retomar minha prática com a gaita harmônica. E, claro, o bend apareceu novamente. Mas dessa vez eu entendi que, enquanto eu não tomar a iniciativa de realizar algo, me empenhar e insistir, mesmo que não tenha ninguém atrás de mim, me cobrando e dando prazos, eu nunca irei aprender nada de novo, nunca irei alçar voos mais altos.
Eu ainda não sou um gaitista profissional, meu bend ainda está muito longe da perfeição, e algumas notas ainda saem com um som bem estranho. Mas, eu continuo tentando, mesmo que ninguém me cobre (e isso me abriu inclusive para outros talentos, como o da escrita).
Se você também sente que sempre precisa desse “empurrãozinho”, tente, dê passos, no começo pode até parecer meio difícil, mas depois de algumas tentativas você já estará realizando o que não imaginava.
Rogério Krüger Junior – Missionário Consagrado Arca da Aliança
Fonte: blog do Rogério
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