Hoje trago um assunto que vem aos poucos mudando minha vida: a paternidade. Este belo presente que Deus concedeu a minha esposa e a mim, é a maior e mais bela missão que já assumimos.

O Salmo nos recorda que “os filhos são a bênção do Senhor” (127,3), e isto se comprova na prática, com a chegada dos filhos. Quando um casal se abre a acolher a vida no seio da família, se abre a receber nova bênção de Deus.

Ao gerar uma vida somos chamados a contemplar um milagre que acontece no ventre da mulher. A fecundação, a formação dos órgãos, o crescimento,... são processos que escapam da percepção dos homens, por serem intrauterinos.

Ao homem é necessário, muitas vezes, um esforço racional para adentrar este mistério, pois não sentimos os enjoos, as contrações de ensaio, os chutes. Até este momento, via a minha esposa em processo de “mudança” interior (física e emocional), pois se tornaria mãe, naturalmente ela se adaptava, se esforçava, vivia intensamente, buscava informações sobre maternidade, sobre amamentação, sobre as necessidades do bebê, sobre usar ou não chupeta, sobre educação,... Ela já havia se tornado mãe, já tinha a consciência da maternidade formada, embora ainda em construção.

Este entendimento trazido para a realidade da paternidade, só aconteceu em mim quando vi meu filho nascendo, quando o ouvi chorar pela primeira vez. Ali, naquele momento senti nascer em mim algo novo, um sentimento único, uma experiência única, ali nasceu um “pai”.

O passar dos dias vêm trazendo o entendimento dessa grande missão, sobretudo em se tratando de conduzir os filhos num caminho de santidade proposto pela Igreja de Cristo. E esta é nossa maior responsabilidade como pais. Ser um bom pai não se trata tanto de oferecer os melhores brinquedos, as melhores viagens, as melhores escolas, mas sim de estar presente de forma inteira na vida dos filhos. Conviver, conversar, brincar, compartilhar dos desafios, instigar a criatividade, guardar sua pureza, guardar os valores, guardar a fé, ensinar a rezar, fazer crescer nas virtudes,... recordando sempre que nesta missão, a da paternidade, o discurso precisa concordar com a prática, pois mais vale um bom exemplo do que muitas lições retóricas vazias.

O pai também tem a missão de revelar a face paterna de Deus dentro de seu lar, como criador, como aquele que cuida e provê o necessário para a família. Tenho pouca experiência nessa área, pois sou pai há pouco mais de um ano apenas. E mesmo ainda sendo novo, não quero me arrepender por ter cumprido mais ou menos a maior missão que Deus já me confiou. Sei que não serei o “pai perfeito” e nem terei a “família perfeita”, mas sei que em minha casa me esforçarei ao máximo para ser o melhor pai que posso ser. Sejamos bons pais, sejamos bons homens, sejamos nós os construtores da “Igreja doméstica”.

08 de Agosto – Dia dos Pais

Dair Kunz

Missionário Consagrado Arca da Aliança