APROFUNDANDO BURNOUT
Com a corrida desenfreada das pessoas para realizar muitas atividades em tempo recorde, quero aqui enfatizar mais uma vez a Síndrome de Burnout. Olhando alguns artigos de vários autores me chamou a atenção em especial uma psicóloga social Cristina Maslach que em seus estudos descreveu um processo gradual de perda de responsabilidade e desinteresse entre colegas de trabalho afetados por uma sobrecarga emocional ou síndrome de Burnout.
O Burnout é uma crise da pessoa com seu trabalho, e não com os seus colegas. No decorrer das atividades laborais aos poucos vai ocorrendo mudanças de relacionamento profissional no ambiente de trabalho. As pessoas passam a se tratar de forma mais racional visando única e exclusivamente os interesses do trabalho em si. Os vínculos afetivos vão aos poucos desaparecendo dando lugar ao estresse. Prevalece o distanciamento emocional, insensibilidade, frieza, indiferença diante das necessidades do outro. A pessoa perde a capacidade de identificação e empatia, tratando os outros como objetos. Tendem a se sentirem incompetentes, fracassados, incapazes de realizar suas atividades e atribuições, levando-os a uma exaustão emocional. O desempenho profissional fica totalmente comprometido até porque não conseguem ordenar seus pensamentos com suas ações. O sentimento é que parece que o mundo conspira contra todas as suas ações, a pessoa perde totalmente a confiança em si mesma e nos outros. (Maslach e Leiter,1999)
Para os autores o Burnout é um estado de exaustão física, emocional e psicológica, pois quando ocorre a pessoa experimenta sentimentos de fracasso, apatia (sem vontade para nada) desinteressado, valoriza recompensas materiais ao invés de valorizar a remuneração pelas suas capacidades. Dentre os fatores que contribui para desencadear a síndrome estão o excesso de trabalho com longas jornadas e horas extras de forma descontrolada, relações tensas e conflituosas entre os trabalhadores e seus clientes. Alimentam dentro de si auto exigência, perfeccionismo exagerado, negligencia, desatenção pela falta de empatia.
Todos estes comportamentos influenciam a vida social e os relacionamentos afetivos, causando conflitos no ambiente profissional, mas principalmente no ambiente familiar, que por muitas vezes tornam-se extensão do profissional. A exaustão física, emocional e psicológica leva a pessoa a desgastar mais ainda seu organismo pela busca desenfreada pelo equilíbrio. Tal desgaste provoca uma série de doenças as quais a pessoa não consegue lidar sozinha. O tratamento abusivo nas várias esferas sociais, seja no ambiente profissional, no ambiente social, no ambiente familiar causam estresse levando a pessoa a desestabilização. Tirando o essencial e enfatizando o trivial através de uma corrida desenfreada pelo ter material como se fosse a única forma de sentir-se equilibrado.
Tudo começa pelo estresse “pressão” “tensão” “insistência” estar sob pressão é viver em desequilíbrio causa maior das doenças psicossomáticas, depressão que leva ao suicídio e outros danos ao emocional humano.
A prevenção ainda é a melhor saída para toda e qualquer doença seja ela física, emocional e psicológica. O esforço deve ser incansável para se obter vida saudável isto inclui alimentação, lazer e exercícios físicos.
Psicóloga Maria Lúcia Lehm
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