As mães e o florista!
Há alguns bons anos atrás estava passando por um momento de desanimo na minha atividade profissional, não encontrava sentido para as atividades e vivia com certa “tentação” de sempre buscar algo novo.
Uma amiga acolheu minhas angustias e falou: “Sabe qual a diferença entre o prefeito e o florista? O prefeito trabalha mais em época de campanha e mostra nas campanhas suas principais obras. O florista não, todo dia ele precisa cuidar, regar, podar e amar”.
Hoje como mãe ainda ouço essas palavras em meu ouvido e vejo que a atividade materna é muito próxima com a do florista, nosso olhar precisa de demora. É necessário regar diariamente, podas são feitas quando necessário, estamos cultivando, o cultivo exige silêncio e espera.
“Quem não esperar pacientemente pelas sementes que lançar, jamais provará a alegria de vê-las florir”. (Tolentino Mendonça)
As crianças não vencem etapas, fases somente com uma ajuda, é uma soma de cuidados, atenção. O termo “tem que ensinar igual criança” é assim mesmo, vários dias, hábitos criados no cotidiano com erros e acertos que formam um ser humano de verdade.
Depositamos nosso tempo no incerto, não sabemos como será a flor, qual será o seu tamanho e se realmente ela irá desabrochar. Mas assim como o florista permanecemos porque amamos, lançamos nosso olhar na confiança, por vezes mexemos na terra, faremos muitas coisas no escondido, nas madrugadas, e dia após dia de cuidado, oferta e dedicação vamos poder falar assim como no livro do pequeno príncipe: “Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que fez a tua rosa tão importante” (Saint-Exupéry).
Priscila Schofer Duarte
Missionária Consagrada Arca da Aliança
Missão Joinville/SC
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