Falando sobre Criança
Para amar as crianças, é necessário conhecer suas realidades e tratá-las de acordo com a fase da idade que estão passando. Aceitar cada uma como é, em sua verdade real. Para poder amar, respeitar e ajudar as crianças, não é necessário ser especialista neste assunto. Basta dar as condições para que a vida possa fluir plenamente e manifestar boa dose de carinho, afeto, atenção e amor que cada criança merece.
Desde a fecundação do óvulo pelo espermatozoide a criança começa a existir, ou seja, antes de nascer ela já é pessoa humana. Neste período começa a se desenvolver no feto os aspectos psicológicos e fisiológicos.
Tais aspectos para se desenvolver de forma saudável dependem muito do momento da família, tanto econômico como social e da situação emocional da mãe.
O crescimento da criança não se dá em linha reta, mas por períodos que se iniciam geralmente por crises que ocorrem na passagem de uma etapa para a outra.
A criança na fase de 0 a 2 anos depende exclusivamente da família na qual está inserida, família saudável o resultado é criança também saudável.
Na fase de 2 a 3 anos articulam a linguagem com os adultos, através da imitação dos mesmos. Gostam de contato com as pessoas e seres da natureza, pensam nas coisas que veem, tocam e sentem. Brincam com bonecas e carrinhos sem fazer diferenciação.
Dos 4 a 5 anos
pensam, perguntam sobre coisas que não estão presentes, tem uma construção de imagem mental. O desenho tem formas definidas, conhecem objetos do seu dia a dia, têm domínio da fala, procuram descobrir letras e leituras, imitando o adulto.
Contam coisas, identificam semelhanças e diferenças, falam sozinhas, são curiosas, querem saber tudo ouvem e veem, às vezes até falam “mentiras”, pois precisam argumentar e convencer os adultos. Usam seu conhecimento com produtos de sua própria imaginação.
É uma fase de sofrimento psicológico, pois precisam achar uma explicação para tudo o que acontece. É importante que a criança possa brincar, pois amplia a capacidade corporal, a consciência do outro, a percepção de si mesma como um ser social, adquirindo hábitos e atitudes importantes para o seu convívio e crescimento intelectual.
Dos 6 a 8 anos gostam de ler e escrever, precisam da ajuda de adultos para compreender fatos, pois não têm capacidade de articular informações. Perguntam tudo, pois apresentam uma curiosidade própria desta fase. Gostam de leituras e é importante solicitar que falem sobre elas, e qual seu entendimento sobre o assunto lido.
De 9 a 11 anos conservam informações na memória, articulando-as e solucionando problemas e questões. Interessam-se pelo corpo humano, pelo estudo da sexualidade e da reprodução humana. Gostam das culturas de povos, formas diferentes de vida e ambientes diferentes. Gostam de aventuras, excursões e experimentos, cinema, televisão, discussões e debates, dar e ouvir opiniões.
É acentuada a separação de meninos e meninas, surgem as rivalidades e disputas, querem chamar a atenção do sexo oposto.
Quando o menino ou a menina consegue destaque no grupo, sofre uma espécie de “inveja” dos outros que tentam derrubá-los.
Os meninos adotam o confronto “brigas”, e as meninas se “isolam” para tomar o lugar de destaque. Não gostam de tomar banho, não param quietos, evitam tarefas domésticas. São alegres, ativos, atentos e disponíveis.
É necessário que os adultos possam compreender cada etapa da vida para que o processo de autoconstrução da criança aconteça de forma saudável.
Psicóloga Maria Lucia Lehm
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