Feitos por amor, pelo amor e para o amor

“A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus” (CIC - 1822). Todo ser humano é participante desta virtude, mas esse tem a liberdade da escolha, da decisão de amar ou não amar. Criados, à imagem e semelhança de Deus, feitos por amor, pelo amor e para o amor. Essa virtude move todo o nosso ser, o interior e exterior, nos impulsiona e nos atrai para a unidade. Unidade com Deus, comigo mesmo, com toda a Sua criação. A caridade, que é o amor, talvez a única virtude que tem a capacidade de unir todos os povos, em todos os tempos, pelo fato de ser comum a todos nós, por estar dentro de cada um de nós, é a nossa vocação por excelência.

Não se adquire essa virtude em livros e ou nos filmes, seria pouco. Poetas, pensadores, filósofos, desdobrando e mergulhando, ainda que aprofundadamente sobre esse tema, não seria o bastante para traduzir. “Eu tenho tanto, pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer, Como é grande o meu amor por você... E, não há nada pra comparar, para poder lhe explicar...”. Não cabe em linhas, em palavras, mas é traduzido na vida. As escolhas e gestos daquele que ama é mais que suficiente para expressar o amor. A entrega, a renúncia, o servir, a alegria de quem se ama. Na espera do encontro com a pessoa amada, as longas horas no banco desconfortável da rodoviária tornam-se como que esquecidas ao encontrar o amado. Dias de lutas de um árduo trabalho, o Pai de família descansa no braço da esposa e dos filhos. O Pai que na varanda espera o filho, que vem ao longe, ansioso o Pai vai ao encontro do filho, põe um anel em seu dedo e sandálias em seus pés, faz festa. O filho que se sente amado tem como resposta a este amor, o próprio amor para com o Pai. Tudo isso tem sentido e se torna agradável, quando se tem a certeza do amor que espera.

James Eduardo de Souza

Missionário Consagrado Arca da Aliança