Fim do ano, o que faço agora?
Chegando o final do ano, estamos todos cansados, desejando descansar, mas também somando em nossas mentes realizações pelos projetos alcançados, como também frustrações por aquilo que não ocorreu como planejado. Ou seja, é tempo de avaliar o que passou, mas também se lançar rumo ao novo, ou mesmo retomar pontos que ficaram fora de nossas prioridades.
E será que sua vocação foi uma prioridade nesse ano? Seja para vivê-la com mais fidelidade, ou mesmo para descobri-la? Por isso é importante parar e rever, focar o essencial, e colocar no centro do nosso coração e pensamento o que realmente é importante.
Muitas pessoas nestas épocas se consomem planejando-se financeiramente, traçando metas administrativas, e continuam sentindo o mesmo vazio, porque não priorizaram o desejo de Deus para suas vidas. Ensina-nos Santo Agostinho, “fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti.”
Deus quer que todos os seus filhos vivam a experiência da realização, que todos achem seu lugar, que todos se encontrem num caminho de felicidade plena. Porém, nos portamos como filhos rebeldes, querendo ditar para nós mesmos as normas e metas e nos esvaziamos em nossa essência, criada a imagem e semelhança de Deus. O ser humano não se aquieta enquanto não encontra seu sentido. Veja o que diz o subsídio da CNBB “Aos jovens com afeto – vol. 1”, sobre a realização:
“É fundamental acreditar que Deus tem um projeto de felicidade para cada um de nós, para toda humanidade. Há mais de dois mil anos Jesus foi enviado a nós, com a missão de nos mostrar como melhor conhecer, organizar e administrar a vida em todas as dimensões. Inclusive as ofensas, as ameaças, a morte tramada contra ele não o inibiram na busca da realização. Sua ressurreição, além de torná-lo vitorioso, motiva-nos e auxilia em nossas lutas contra tudo o que destrói ou diminui nossa vida, dificultando nossa realização humana.”
Encontrar e viver a vocação não se dá apenas numa perspectiva egocêntrica, onde me preocupo apenas em estar bem comigo mesmo. A vocação do homem o conduz naturalmente ao outro, Deus que é amor, imprimiu em nós essa capacidade nata de amar, e toda vocação encontra sua plena realização no amor, na doação. Muitas vezes resistimos em buscar esse caminho de descoberta, porque preferimos nos ocupar com nossas próprias coisas, e sem esse caminho horizontal, de dar-se ao outro não há realização alguma, não há alegria, não há sentido em viver.
Toda vocação, seja ela qual for, exige de nós entrega, decisão, renúncias, capacidade de sacrificar-se. Isso porém não quer dizer que esta é um fardo em nossa vida. Ao contrário, somos capazes de viver com alegria plena, mesmo os sacrifícios e privações que se tornam fonte de força e graça para todo vocacionado.
Pais, mães, sacerdotes, religiosos, leigos consagrados, independente do nosso estado, somos vocacionados do Pai, chamados a uma missão específica, e ao profetismo que parte de uma vida de santidade, sem importar a nossa idade, e nossas diferenças. É vocação comum de todo cristão a santidade.
Cristiane Liberato
Missionária Consagrada da Arca da Aliança
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