Caro irmão leitor, em nossa vivência cristã, muitas vezes não nos permitimos fazer uma pergunta que, embora muito simples, possui uma resposta divinamente bem construída: o que estamos buscando? Se eu não sei o que ou por que procuro, como vou identificá-lo quando o encontrar? Nossa vida de oração e a vivência em Deus e seus preceitos não são um fim, mas um meio. A Divina Misericórdia é a nossa meta!
São João Paulo II, no ano de 2000, canonizou uma conterrânea sua, atendendo ao pedido do próprio Jesus, por meio da revelação feita a uma jovem religiosa. A freira polonesa do Convento das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em Varsóvia, Irmã Faustina do Santíssimo Sacramento, foi proclamada Santa Faustina Kowalska. O título deste texto foi extraído de uma de suas frases: “Vós morrestes, Jesus, mas uma fonte de vida jorrou para às almas e abriu-se um mar de misericórdia para o mundo”. Ela, Santa Faustina, é carinhosamente chamada de apóstola da Divina Misericórdia. Em seu famoso diário, é descrito o pedido de Jesus para que ela pintasse a imagem e sobre a instituição da Festa da Misericórdia:
“A Minha imagem já está na tua alma. Eu desejo que
haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa imagem, que
pintarás com o pincel, seja benzida solenemente no primeiro
domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a
Festa da Misericórdia.”
Desta pintura, brotam raios de luz brancos e vermelhos do lado aberto de Jesus. São os Rios da Misericórdia Divina – água e sangue. Na Água, Cristo nos purifica e no Sangue, nos unimos em comunhão com Ele. É o pleno encontro dos míseros com a Misericórdia. Eis a meta! Mas, para reconhecê-la, é preciso se permitir moldar, sobretudo pela Cruz.
Deus não sente dó, pena ou piedade (pois estes são sentimentos puramente humanos) e sim Misericórdia (do latim miseratio cordis = coração compadecido). Ele, Deus, sendo superior, se “inclina” para nos amar. Essa realidade permeia a história do mundo desde A Criação, mas é muito mais palpável na Encarnação. A Misericórdia Divina é a razão de ser pela qual Jesus veio ao mundo. Ele assume o nosso nada, sofrendo para nos salvar.
Além disso, o Amor Misericordioso de Deus, portanto infinito, se manifesta como oportunidades durante toda a nossa vida, através da fidelidade à Santa Mãe Igreja, os Sacramentos, o perdão dos pecados, a reconciliação, a Pregação da Palavra, o exemplo e a Intercessão dos Santos e o auxílio dos Anjos da Guarda. São as direções para o filho, que um dia se afastou, reencontrar o caminho para a casa do Pai, saudoso e amoroso (conf.: Lc 11, 11-32). Entretanto, no âmbito familiar, os filhos sempre carregarão o compromisso de ser presença da Casa Paterna, ou seja, anunciadores praticantes de misericórdia. Somente seremos continuadores do Fiel Coração Compadecido quando nosso amor para com o próximo for enraizado em Deus, pois somente d’Ele pode prover tamanha graça, afastando-nos assim da superficial piedade dos homens. Nós só temos a capacidade de amar e perdoar verdadeiramente porque Deus nos amou e perdoou primeiro.
Passado o lenho da Cruz, eis a vitória sobre a morte e a certeza da Vida Nova em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, mas também irmão e amigo para todas as horas. Com certeza para nós, como discípulos de Cristo que somos, não há motivo maior para festejar!
“O Amor de Deus é a flor e a Misericórdia, o Fruto.”
Santa Faustina Kowalska
Fabiano Couto Rocha
Missionário Consagrado Arca da Aliança
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