O Caminho de Belém
Belém, nome que em vários idiomas significa “a casa do pão”. Local onde a Santíssima Virgem Maria, acompanhada de São José, seu Castíssimo esposo, deu a Luz à Nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo. O Plano Divino da Salvação está em curso, mas até aqui houve uma caminhada, uma viagem da pequena vila de Nazaré até uma gruta, na encosta dos muros de Belém. Esta caminhada será a moldura da mais bela das noites, onde uma estrela brilhará soberana nos céus, indicando o local onde Deus, justamente pelo fato de ser Todo-Poderoso, se revelará num pequeno recém-nascido.
Quando fazemos memória da viagem de Maria e José rumo à Belém, que podemos acompanhar em Lc 2, 1-7, não nos damos conta de que, até para os padrões da época, foi um trajeto longo, cansativo e perigoso. Estamos falando de mais ou menos 156km de distância percorridos por um casal jovem, com um filho prestes a nascer. Durante a viagem, Jesus era acompanhado dos Céus por Legiões de Anjos. Na Terra, era acompanhado por Maria e José.
Considerando tudo isto, no que consiste caminhar com Jesus? Como assimilar a ideia de que Deus precisa do esforço humano para que a Profecia se cumpra? Na verdade, Ele não precisa, mas quer precisar. Deus se faz presente no nosso Sagrado justamente para que o sintamos, e isto nos dá força para prosseguir. Humanamente falando, se o que tivesse movido José e Maria fosse apenas um preceito civil, com certeza seus esforços seriam consumidos pelo cansaço, pelos perigos e pelos medos nas noites escuras.
Todos nós, a todo tempo estamos indo ou planejando ir para algum lugar. O “para onde” ainda não é a questão aqui e sim “com quem” queremos ir deve ser o nosso foco. O Senhor sempre estará disposto a peregrinar conosco, seja para onde for. Quando rejeitamos a Presença Divina em nós, não carregamos nada além de nossas misérias, orgulhos e medos. Ficar parado também não é uma opção, pois o Caminho sempre será a véspera da Graça e para alcançá-la é necessário perseverar até o fim, mas nunca sozinhos. A coragem para peregrinar não vem de nós, mas a exemplo de Maria e de José, vem de quem trazemos conosco. O Amor Maior nos aguarda e ao mesmo tempo caminha conosco. Ele é a nossa bússola que indica a direção da humildade evangélica e isto nos revela o bem da vida humana autêntica.
Estamos nos preparativos para uma bela viagem, um Caminho Santo Chamado Advento. Aprendamos a caminhar como Maria e José fizeram e permitamos que Cristo nos forme e nos faça pequenos, como Ele se fez por nós.
FABIANO COUTO ROCHA
MISSIONÁRIO CONSAGRADO ARCA DA ALIANÇA
MISSÃO LAGUNA
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