Depois de tornar-se mãe e de forma mais específica no pós-parto, passamos por vários processos, e um deles, talvez o mais importante seja: retornar ao nosso papel de origem “Ser Mulher”. Não é tarefa fácil, pois levamos um tempo para nos reconhecer novamente como indivíduo.
Hoje muito se fala que até os três meses o bebê vive a exterogestação, sente que ele e a mãe ainda são uma pessoa só. A mulher por sua vez vive a mesma sensação. Nosso corpo se esticou no lindo trabalho de tecer uma vida. Nossos seios produziram leite, e uma loucura hormonal de amor acontece. Uma ligação eterna foi feita. O instinto de cuidar da “prole” e de uma entrega total é vital e necessária. Retornar, reconstruir nossa feminilidade passa por um processo de reconhecimento.
Buscar nas pequenas tarefas do dia oportunidades de cuidado pessoal. Tomar um banho mais demorado, conversar com uma amiga, usar um batom, ir à padaria a pé sozinha, tirar uns minutos para o silêncio, ouvir uma música que se gosta. Entre um sono e outro do bebê pentear os cabelos (mesmo que seja para ficar em casa), passar um creme que você só usava em ocasiões especiais, usar para um dia comum.
Muitas mulheres apresentam dificuldades no retorno à vida sexual, fruto da nossa libido voltado para "criar". Por isso é importante para mulher, buscar dentro das suas possibilidades o reconhecimento da sua identidade feminina. Isso não é fugir de responsabilidades, isso é sanidade, e todos nós precisamos.
Quando valorizamos nossa origem, nossos hormônios tendem a se colocar em ordem e encontrar desejos certos, tanto para maternidade quanto para vida conjugal. Cada vez que olhamos para nós com carinho e amor retornamos para o seio familiar de forma mais inteira e completa.
Priscila Schofer Duarte - Missionária Consagrada da Comunidade Católica Arca da Aliança
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