Revendo Conceitos
O momento que estamos vivendo nos causa grande ansiedade pelo aumento da sensação de perda. É um tempo de emergência, não estamos acostumados a isso, mas precisamos criar mecanismos para o enfrentamento destas dificuldades. É preciso tomar consciência, pois as perspectivas não são boas, porém cada pessoa tem seu tempo para isso. Por tanto é importante cuidar do emocional, estamos impossibilitados de viver o que chamamos de liberdade, porém se olharmos de outro modo, estamos vivendo o que normalmente deveríamos ter vivido em menor proporção.
Está sendo necessário radicalizar para mudarmos nossos hábitos e comportamentos em relação a nossa saúde. Ficar mais em casa, fazer talvez aquelas coisas que há muito gostaríamos de ter feito, como: ler aquele livro que está na estante e que nunca tivemos tempo para ler, dedicar-se mais a momentos de oração e reflexão, estar mais com as crianças dando atenção a elas. Ter conversas mais produtivas entre casais, traçando metas e buscando ter um relacionamento mais afetivo na escuta um do outro. Quem sabe ficar em casa e fazer o que gosto, poder sair do ativismo desenfreado procurando mais qualidade de vida. É certo que você deve estar pensando que não precisaria ser desta forma. Mas será que normalmente estaríamos ficando em casa para descansar e fazer o que gostamos?
É claro que esta não é a melhor forma, mas não temos outra escolha, é agora o momento de buscar qualidade de vida, de se prevenir de doenças e de nós mesmos, dos nossos vícios e rotinas que nos levam a escravidão. Aceitar e se conscientizar é a melhor saída para vencer a ansiedade. Diante do sentimento de impotência que acompanha todas estas medidas que estão sendo exigidas de cada um de nós, está o medo e a incerteza do amanhã, fato este difícil para o ser humano. Sempre que estamos em situação de perda seja da liberdade, seja da saúde, da própria vida, causa em cada ser humano reações de formas diferentes. Cada pessoa lida conforme seus limites. Alguns aceitam outros não, alguns se conscientizam outros fazem festa, alguns ficam em casa, outros vão passear.
Quanto mais falarmos sobre, mais nos conscientizamos que precisamos viver e conviver com as mudanças de vida e de comportamento. Ficar em casa é muito mais do que se proteger, acima de tudo é proteger o outro, os mais vulneráveis. É proteger os profissionais da saúde que incessantemente trabalham para salvar vidas. Ficar em casa é possibilitar que todos tenham a chance de sobrevivência. Mesmo não estando de acordo e não concordarmos com as medidas preventivas, mesmo não sendo dos grupos de risco é necessário assumir a responsabilidade pela solidariedade para com aqueles que têm mais vulnerabilidade. Assim precisamos estar unidos por uma só causa e um único objetivo, pois desta maneira poderemos vencer este momento de dificuldade. Solidariedade não pode ser para alguns, mas para todos.
Psicóloga Maria Lúcia Lehm
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