Ser desenhista é um dom de Deus
Partindo do conceito de desenho, que vem do italiano “disegno” a palavra refere-se à criação ou produção de algo, refere-se à disposição de cores, grafismo e formas. O conceito de desenho costuma ser usado no contexto das artes, da arquitetura e de diversas outras disciplinas criativas. Deste modo, o desenho consiste em expressar o pensamento através de linhas, esboços, traços em qualquer material, seja papel, tecido, tela ou paredes. O ato de desenhar é fruto da criatividade e inovação, é organizar elementos, é expressão.
Quando fazemos uma fusão entre arte e espiritualidade, nos deparamos com o Dom, que é um fruto do Espírito Santo e neste caso em específico o Dom de criar. Criar um desenho é uma mistura de emoção, criatividade, elemento. Quando entendemos essa fusão percebemos que fazer arte em Deus é ser instrumento nas mãos do sagrado, é esvaziar-se e preencher-se ao mesmo tempo.
Partilho aqui um pouco da minha experiência com a arte e com o desenho. Desde pequeno a arte, o desenho, as cores sempre me chamaram a atenção, e mexeram com a minha imaginação, mas, foi quando conheci a Comunidade Arca da Aliança, que conheci, através da arte sacra e da iconografia a verdadeira essência do desenhar, do criar, do imaginar e expressar através de cores e traços. Quando criamos, desenhamos, ou melhor, escrevemos um ícone que é a palavra de Deus transfigurada em imagem e cor, e é este tipo de desenho que eu particularmente gosto e faço, mergulhamos no mistério e mística da beleza, do belo... que é o próprio Cristo.
Penso que Desenhistas se contentam em ter na mão um papel e um lápis, para que se sintam livres para criar. A partir daí vão surgindo rabiscos, traços e enfim belos desenhos e obras de arte. Penso que cada dia da minha vida deve ser uma tela em branco, para o Criador, o grande desenhista que é quem dá cor e forma, desenhar a minha história. O grande sentido e essência do meu dom é justamente o sagrado, o santo, é o que me atrai e que me dá inspiração. Em cada pintura, em cada desenho que eu faço, é como um esvaziar-se, eu coloco pra fora toda a inspiração que o Espírito Santo me dá... e no final de tudo, ao contemplar a obra, a criação... é como se o próprio Senhor estivesse a me preencher... quando termino um desenho, um ícone, uma pintura, parece que não consigo pensar em mais nada, fico sem ideias, sem vontades... porque foi um esvaziar-se de mim mesmo, para deixar espaço para o Espírito Santo.
Ainda quando falamos em arte sacra e consagrada cito o Catecismo da Igreja Católica que diz: “A arte sacra é verdadeira e bela, quando, na sua forma, corresponde à vocação que lhe é própria: evocar e glorificar, na fé e na adoração, o mistério transcendente de Deus”. Diante disso, entendo que a minha arte, o meu desenho, a minha pintura, deve estar a serviço da evangelização. Deus precisa utilizar da minha arte, para demostrar o seu amor e a sua misericórdia. Penso que o meu desenho, precisa evangelizar. Cada linha, em cada cor, em cada conjunto de elementos. Os que vêem precisam ver o Cristo, o Belo, o amor, precisam se sentir atraídos. O artista que quer servir a Igreja não deve colocar-se no centro da ação artística, mas deve fazer-se instrumento humilde, capaz de servir a verdade e a beleza. Buscar sim a técnica, mas buscar muito mais a inspiração que brota do coração de Deus.
Então, neste texto em que falo de algo que é uma das bases da minha essência, o desenho, a arte, quero falar aos que fazem arte, aos que desenham e também aos que se sentem atraídos pela arte: deixe-se envolver pela Inspiração que brota do coração de Deus, esvazie-se e se deixe preencher pelo Espírito Santo, que é a própria inspiração.
Parabéns a todos aqueles que na sua essência possuem o dom da arte, em especial o dom de desenhar.
15 de abril – Dia internacional do desenhista
Vonei Antonelli
Membro Comprometido Arca da Aliança
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