Silêncio. É Sábado!
Sim, é sábado e este não é como os muitos sábados que temos durante o ano e dispomos do tempo deste dia, para limpar a casa, pagar contas, ir ao mercado. Este é o Sábado Santo e nele encontramos particularidades onde os cristãos em suas diversas realidades de vida podem experimentar dos frutos dessa espera da festa da ressurreição.
É parte característica da liturgia, fazer memória e o vivemos nos ritos, cantos, inspirados na tradição da Igreja e nas Sagradas Escrituras. Mas no sábado após a oferta de Jesus no madeiro da cruz, fazemos memória de outra forma e a essa chamamos de silêncio. O silêncio de corações que sentem a morte do mestre, o silêncio dos discípulos que sendo este o dia sagrado de descanso aos judeus, ficaram em suas casas buscando entender tão grande mistério, o silêncio dos que choram por seus pecados, mas que também se alimentam da esperança que nasce do sacrifício.
“O silêncio, finalmente, que queremos alcançar, não deve ser considerado como uma mera ausência de ruído, senão como uma presença de paz, de harmonia de equilíbrio interior. O silêncio nos faz em primeiro lugar, presentes a nós mesmos; e nos faz logo presentes a Deus, fazendo-nos atentos a sua presença.” (German Doig K.)
O Sábado Santo é um dia de comunhão com o mistério da paixão, morte e ressureição de Jesus e podemos denominá-lo como uma ponte, uma passagem necessária para compreendermos o movimento que nos circunda. Talvez nos colocarmos na experiência dos discípulos, fazendo recurso da imaginação nos ajude a beber e nos saciarmos da mística que envolve este dia e como discípulos e seguidores de Jesus, também nós, chamados a participar de toda a sua vida. A experiência é simples e o silêncio nos comunica como vivê-la.
Recordamos também no Grande Sábado, como a tradição da Igreja nos ensina que este é o dia que Jesus desce a mansão dos mortos, para resgatar e salvar os que lá abitavam, encontra Adão que representa toda a humanidade que agora redimida experimenta a salvação. “Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados.” (CIC 632)
Neste dia santo façamos memória da vida e dos ensinamentos de Jesus, recordemos nossa experiência pessoal com Ele, o dia que nos sentimos resgatados por seu amor, principalmente neste tempo em que somos chamados a viver o tríduo pascal em nossas casas. Como os judeus que faziam memória da Pácoa eu e você hoje onde estivermos nos reunamos para fazer memória da nossa salvação. O sábado é apenas a ponte, mas sem ele não podemos chegar a alegria da Ressurreição. – Silêncio!
Daniele Caroline dos Santos
Missionária Consagrada Arca da Aliança
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