“Finalmente, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer modo mereça louvor” (Fl 4,8).

Onde estaria a fonte de todas essas virtudes, senão em Deus? Eis o que nossa alma deseja: tudo o que verdadeiramente é bom, belo e verdadeiro. Como dizia nosso querido baluarte, Santo Agostinho: “Fizeste-nos para Ti e inquieto está nosso coração enquanto não repousa em Ti”. Temos fome e sede de Deus. Nossa alma anseia por Ele.

Mas, como estar com Ele em meio a tantos afazeres, compromissos e rotina de trabalho? Como encontrar tempo para a oração? Eis o nosso grande desafio! Primeiramente, precisamos compreender que a oração é fruto de uma amizade com Deus, de alguém que reconhece necessitado do Seu amor e da Sua misericórdia.

Precisamos encontrar momentos para estar a sós com o Mestre, para uma leitura orante da Palavra, que tanto nos forma e nos fortalece. Precisamos de momentos diante do Santíssimo Sacramento; necessitamos dos Sacramentos para nossa santificação. Mas também somos chamados a fazer da nossa vida uma constante oração. Eis o que os santos viveram e o que somos chamados a viver!

São Francisco encontrou na vivência da pobreza o seu chamado. São Damião de Molokai entendeu que Deus se escondia em meio aos enfermos. Santa Bakhita acolheu o sofrimento e os pequenos afazeres de uma babá como via de santificação.

Veja bem: uma vida de oração vai muito além dos momentos que estamos a sós com Deus. Ele “se esconde” no nosso dia a dia. Transformar nossas atividades em atos de amor a Cristo e aos irmãos é fazer da vida uma eterna oração. Isso significa uma constante busca e permanente desejo de em tudo fazer a vontade de Deus.

Você já se deu conta de quantas oportunidades durante o dia temos para amá-Lo e servi-Lo, simplesmente cumprindo nossos deveres? A oração pode estar em tudo o que fizermos, desde que tenhamos nosso coração sempre unido ao Dele. Como bem disse São Gregório Nazianzeno: “É preciso se lembrar de Deus com mais frequência do que se respira”.

Letícia Raffaeli Ossemer