Ninguém consegue pertencer eternamente a outro pelo que faz e sim pelo que é e representa. Nosso trabalho é finito e pode cansar, escassear, findar e um dia, talvez, não poderemos mais fazer o que gostamos, sabemos ou o que deveríamos. Porém, a pertença, essa sim, é infindável e infinita. Na pertença é que temos que nos fundamentar, pois “só a Ele pertencemos” (Sl 99,3).
Como dizia nosso baluarte Santo Agostinho, essa é a alegria de ser com, mais do que ser para. Portanto, ser identificado ao Carisma e ser configurado a Ele vai muito além do nível de pertença, do estado de vida que escolhemos ou da missão que exercemos. É da pertença que brota para nós a verdadeira alegria: “alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos no céu” (Lc 10,20).
Que bom, meus irmãos, podermos compreender tudo isso e, se assim o for, não ficaremos estéreis, nem infrutíferos em nossa vocação e pertença. Meu desejo ardente é que cada um de vocês compreenda tudo em um grau muito mais elevado do que o meu (pois, mesmo recebendo a graça de escrevê-lo, posso não ter a mesma graça no entender mais e melhor).
Deus abençoe a todos e um feliz começo de ano santo novo para nós!
Fonte: Carta do Fundador: Palavra e Presença, Dezembro 2018 | Ano XIX | nº 155 – Carta Anual 2019