O amor com interesses próprios ou mesquinhos é o tipo de amor próximo da “idolatria”; sim, porque nos tira do centro, ele nos tira da sóbria centralidade, quando se ama assim, ficamos como que excêntricos e o resultado é a proximidade da idolatria e da rebelião que se volta contra os próprios amantes.
Uma amizade que não provenha desta fonte do desinteresse próprio se torna alienante e até escravizante. Nenhuma forma de relacionamento e amizade seja familiar, fraterno ou social está livre deste “amor escravizante e doentio”, mesmo que por vezes possa ostentar e parecer dentro de uma normalidade. Para que possamos ser livres para amar, recorramos à ajuda de nosso baluarte, Santo Agostinho, que diz: “Só existe verdadeira amizade se antes existir em Deus”. Outra fonte ainda mais segura é a da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 13,4-7, o grande hino da caridade, onde fala que o amor não busca os próprios interesses, mas o do outro.
Fonte: Carta do Fundador - Palavra e Presença - Ano XX | Nº 163 | Setembro 2019